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O blog para você ler, refletir, questionar e debater

o que a sociedade impõe como verdade absoluta.





CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

[...]

Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

[...]

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

[...]

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;

[...]

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Espíritos Livres

A ignorância é preferível ao erro, e está menos afastado da verdade aquele que não acredita em nada do que aquele que acredita em algo errado.” (Thomas Jefferson)

Quem sou?

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São Gabriel, RS, Brazil
Militar do Exército Brasileiro formado pelo Escola de Saúde do Exército, Bacharel em Direito pela URCAMP, blogueiro, ATEU, livre pensador e filósofo por natureza. Procuro o equilíbrio através do conhecimento. “Pareceis inteligente de tal forma que, no dia em que errardes, sereis visto como irônico.”

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

DÚVIDAS!

REFLEXÃO...


NÃO É ESQUISITO QUE...

Quando o outro não faz é preguiçoso.
Quando você não faz... está muito ocupado?
    
Quando o outro fala é intrigante.
Quando você o fala... é crítica construtiva?

Quando o outro se decide a favor de um ponto, é "cabeça dura".
Quando você o faz... está sendo firme?

Quando o outro não cumprimenta, é mascarado.
Quando você passa sem cumprimentar... é apenas distração?

Quando o outro fala sobre si mesmo, é egoísta.
Quando você fala... é porque precisa desabafar?

Quando o outro se esforça para ser agradável, tem segundas intenções.
Quando você age assim... é gentil?

Quando o outro encara os dois lados do problema, está sendo fraco.
Quando você o faz... está sendo compreensivo?

Quando o outro faz alguma coisa sem ordem, está se excedendo.
Quando você faz... é iniciativa?

Quando o outro age apressadamente, é inconsequente.
Quando você o faz... está sendo eficiente?
    
Quando o outro progride, teve oportunidade.
Quando você progride... é fruto de muito trabalho?
    
Quando o outro luta por seus direitos, é teimoso.
Quando você o faz... é prova de caráter?

NÃO É MESMO MUITO ESQUISITO?

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A Ciência Salvou a Minha Alma!


 

Eu Odeio Carnaval!

ATEUS REVOLTADOS?

Afinal, meio cheio ou meio vazio?



Caros Otimista, Pessimista e Realista

Enquanto vocês estavam ocupados com o copo de água, eu o bebi.

Sinceramente
O Oportunista

O Último Sermão do Padre Bartolo



Caros Livres Pensadores

Há pouco tempo atrás recebi um e-mail do sr. Juanico di Salvo - escritor, blogueiro (http://www.juanico.com.br/Index.php/) e também livre pensador – elogiando este blog e divulgando seu mais recente livro, "Penso, Logo Complico".
Como aperitivo, cedeu gentilmente dois de seus textos para divulgação, quais sejam: "O Último Sermão do Padre Bartolo" e "Discurso de Paraninfo". Sinceramente, gostei muito do que li e parece que a obra é promissora. Inteligentes e bem humorados, seus textos abordam exatamente o que este blog propõem: o livre pensar e expressar. Segue um "pitaco" para que todos saboreiem. Bon appétit.


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O Último Sermão do Padre Bartolo

Juanico di Salvo


O padre Bartolo inicia sua leitura:

Estando Jesus a caminho da Galiléia eis que aproximou-se dele um grupo de homens vindos de Jericó. Eles carregavam um jovem que aparentava estar morto. Deitaram-no no chão e pediram ajuda ao Senhor. – Senhor, só tu podes ajudar-nos em nossa dor e na nossa ignorância sobre a morte do nosso irmão.
Ouvindo isso, Jesus lhes disse: “como podeis ter certeza da morte deste homem?”
E eis que no grupo havia um homem chamado Flavius, que disse, “Senhor, ele não respira!”
E Jesus lhe disse, “E isso é prova definitiva de que esteja morto?”
Então Flavius insistiu: “podes ver com teus próprios olhos, Senhor, ele não se mexe”.
E então Jesus olhou atentamente para o homem deitado e disse: “Já pensaram que isso pode ser um truque? Olhai isto...” (mostra uma rigidez engraçada, do tipo “estátua”). Ao ver isso todos ficaram admirados. E o irmão maior de Flavius disse: “tua performance é verdadeiramente notável, Senhor, nunca havíamos visto algo assim antes. Tu deves ser um ator profissional. Agora, se me permites observar, o corpo que trouxemos à tua presença já começa a apodrecer”.
E Jesus disse, “pois então vos pergunto, homens de Jericó: onde está a vossa fé? Já tentastes lhe fazer cócegas nos sovacos?”
E um deles respondeu: “Sim, Mestre, mas ele não deu sinal de vida.”
Mas Jesus ainda não estava convencido e perguntou: – “... e na planta dos pés?”
E Flavius respondeu com firmeza: – “... também já tentamos, Mestre, mas ele não reagiu.”
Porém, o Senhor não desistia facilmente e lhes perguntou: – Tiraram-lhe as sandálias antes de lhe aplicar cócegas na planta dos pés?
E então Flavius disse: – “Sim, Senhor, de fato lhe tiramos as duas sandálias. Agora ele está em tuas mãos, só tu podes nos ajudar!”
E Jesus calmamente falou: – “Em verdade vos digo, homens de Jericó: vocês estão certos, isto não é um truque, o homem que agora jaz deitado no chão, está realmente morto!”
E todos os presentes viram que aquilo era a mais pura verdade e viram que isso era bom e se regozijaram e disseram: – “Muito obrigado, Senhor! Nossa viagem não foi em vão, vos sois realmente o Messias, o filho de Deus, aquele que veio para nos trazer a verdade.”

(Fim da leitura)

Nesta passagem Jesus nos diz que se não conseguimos mudar a realidade, temos que mudar o paradigma. Como fazem os analistas financeiros, esses santos modernos do Deus “mercado”... Eles mudam suas análises para explicar o que já aconteceu, mas nunca sabem o que vai acontecer amanhã.
Jesus nos ensina a não perder tempo pedindo-lhe milagres inviáveis, bem como a tirar todas nossas dúvidas antes de aceitar a realidade como ela é.
Quando um pênalti está prestes a ser cobrado, não há sempre torcedores rezando para que a bola entre, e torcedores rezando para que o goleiro defenda? Se Ele realmente torcesse por algum time, algum outro time teria chance? Se Ele está conosco, quem estará contra nós? Irmãos, não há fé que possa resolver o drama de um time de pernas de pau.
Exemplo clássico foi o nosso irmão Adelir, “o padre baloeiro”. Que Deus o tenha! Pois com toda sua fé não encontrou proteção contra os ventos fortes do litoral, nem tomada nas alturas para carregar a bateria do seu celular... Deus sabe o que faz, e o que deixa de fazer.
Nossa eucaristia tem-se tornado um sucesso nacional graças ao novo tempero que introduzimos no preparo das nossas hóstias. Aliás, tenho visto muita gente comungar, e depois retornar à fila para repetir... E vos digo: evitemos esta prática para não retardar o andamento da fila. Sei que não é fácil resistir às tentações da gula! É só falar em hóstias e muitos de vocês começam a salivar... Paciência!
Sabemos da importância dos temperos para o desenvolvimento da humanidade. O primeiro tempero humano que conhecemos foi usado para salgar o pão. Pois está escrito: “comerás o pão com o suor do teu rosto...”
Mantemos em segredo a receita das nossas hóstias, pois muitos padeiros e confeiteiros já tentaram nos imitar. Sem sucesso. Os seguidores da nossa paróquia triplicaram, e também triplicou nossa arrecadação mensal. E graças a quem? Às nossas hóstias temperadas.
Achei oportuno interceder pelos nossos dizimistas e pleitear junto à arquidiocese uma redução do dízimo para a metade do valor. Se Ele está conosco, quem estará contra nós? Hummm... na primeira instância não fui atendido. Na segunda me acusaram de rebeldia. É por isso que temos hoje a presença do Monsenhor Bernabeu e do Arcebispo Dom Eusébio, acompanhando o meu caso. Eles vieram à paisana.
Na minha missa de despedida (suspiro), vejo com alegria a presença de muitos jovens. Alguns são frequentadores dominicais assíduos que sentirão minha falta, outros vieram só para ter certeza da minha partida.
Caros irmãos, nossa juventude anda confusa pelos maus exemplos dos mais velhos. Juízes do outro lado da balança da justiça, padres pedófilos, falsos profetas, políticos de butequim, empresários lobistas e velhos pornógrafos infantis. Nossos jovens perderam as referências e não sabem mais a quem seguir.
Vi um jovem parado na esquina lendo no vidro de um carro um bonito adesivo: “Jesus salva”. Logo atrás vinha outro carro com outro adesivo: “Ecco Salva”. Perceberam a confusão na cabeça deste jovem? Num outro adesivo lia: “Jesus é o maior, o diabo não está com nada!”. Haja provocação. Não se brinca com fogo!
Nos jornais vemos psicólogos cometendo suicídio e jovens médicos morrendo de automedicação! De um empreiteiro ouvi as receitas que andam de boca em boca: “O combustível da política é a propina. Já conheci políticos honestos, mas evito-os, são os que cobram mais caro. Se quiser dobrar um político honesto, dobre-lhe a propina”, etc.
Muitas seitas consideravam a televisão uma coisa do demônio. É claro que tem muito lixo na televisão, nem vou citar os reality shows porque sei de gente respeitável, como o arcebispo, que não perde um lance. Mesmo assim, nós nunca classificamos a televisão como coisa do demônio. Cada qual tem seu livre-arbítrio. Eu adoro o Discovery! Mas já notaram quantos demônios tiram das pessoas pela televisão?
Um jovem acompanhou uma amiga no templo de uma igreja que não vou citar, por questões éticas. No meio do culto ele foi arrastado até o meio do altar por dois leões de chácara que o sacudiram, bateram na sua cabeça, nas costelas e no traseiro. Então, ele me disse, “nunca imaginei que os demônios se alojassem em lugares tão improváveis. Na cabeça ainda vai, mas no meu traseiro, padre Bartolo?! Me tiraram 5 demônios... e a carteira!”
Usemos a inteligência que Deus nos deu. Temos que separar o joio, mas ficar com o trigo!
Encontrar Jesus virou moda. Mas parece que muitos dos que encontraram Jesus não aproveitaram bem a oportunidade. Ou encontraram Jesus ocupado com outras coisas. Vejam o exemplo do dono do açougue “A carne é fraca”, aqui em frente. Disse ele que havia conversado com Jesus e que estava cheio de júbilo e até tinha se curado do ranger de dentes. Entretanto, continua roubando na balança e no troco.
Certamente lembram do telhado daquele templo que desabou e levou muitos desta para melhor. Não, não foi castigo. O culto havia acabado de terminar, portanto, não havia tempo para pecados que justificassem um castigo desse tamanho. E os cupins são insetos. Insetos ateus! E com os ateus precisamos usar a inteligência, meus irmãos, não a fé. Irmãos, a fé não remove excesso de peso nem madeira podre. A fé não altera a lei da gravidade.
A fé pode até remover montanhas, mas não remove cupins. Como ter fé num lugar onde há falta de manutenção? Outro dia vi um carro caindo aos pedaços com um adesivo desses clássicos: “Jesus é o Caminho”. Percebem o contrasenso?
Muitos “escritos sagrados”, só foram passados pro papel depois de séculos de tradição oral. Vejam, em Apocalipse 7:1, onde João diz: “vi os quatro anjos em pé, nos quatro cantos da terra...” Obviamente que para João a terra era plana, quadrada e pequena, pois viu os 4 anjos no mesmo vislumbre. E João viu também bestas, dragões, muito fogo e anjos tocando trombetas.
Se alguém viesse aqui hoje com uma história dessas, a primeira coisa que eu faria era pedir um teste de bafômetro e um exame toxicológico. Esses apocalípticos são engraçados, sempre estão torcendo para que o mundo acabe quanto antes, já notaram? Veem sinais do fim dos tempos em tudo, guerras, vulcões, terremotos, pestes, inundações, enfim.
A história do Gênese me custou caro junto à cúria. É que mais parece uma história de ninar. Com apenas oito anos de idade, Alisson perguntou à sra Mônica, a professora de catequese da nossa paróquia: “... fessora, o casal de cachorrinhos que Noé colocou na Arca era de qual raça: poodle, rottweiler, pinscher, linguiça, dálmata ou vira-lata?” Se o homem desenvolveu centenas de raças de cachorros em poucos milênios, o que a natureza não fez em centenas de milhões de anos? Percebem o drama que é explicar a riqueza da diversidade, pela fé?
Aliás, se a resposta correta fosse o cachorro linguiça, muita gente consideraria que foi um erro de projeto. A sra Mônica não soube responder. Procurou minha ajuda. Eu sabia que essa história do Dilúvio e da Arca era um plágio da Epopeia de Gilgamesh escrita na pedra 18 séculos antes que os textos do Antigo Testamento.
Bem, voltemos ao Gênese, não é por má fé, não, mas a Arca de Noé não tinha condições. Com mais de 280 espécies de dinossauros já catalogados, sinceramente!
E as águas cobrindo todas as montanhas da terra? Ora, o Everest tem quase 9 km de altura e sem aquela erosão toda naquela época devia ter 10 vezes mais. Vale o trocadilho: “tanta água assim, não tem cabimento!”
A pergunta do Alisson coloca a história da Arca de Noé por água abaixo. Para encurtar, dona Mônica me dedurou e eu tive que fazer um relatório para a arquidiocese, que o repassou ao CNBB, que lavou as mãos, que encaminhou ao papa, que é o único mortal com linha direta com o Criador para tratar das coisas que “só Deus sabe”.
Bento XVI recebeu a dúvida do Alisson no mesmo dia em que andou criticando os muçulmanos, e desandou a falar em várias línguas (simultaneamente!). O papa mandou aplicar ao Alisson 200 pais-nossos de penitência. Não achando justo, eu abaixei a pena para 50, em ritmo ligeiro. Não é que novamente fui dedurado pela dona Mônica?!
Um biólogo famoso, após um erro que cometera quando criança, foi chamado pela mãe que lhe disse: “Filho, não existe pecado, existem apenas coisas adequadas ou inadequadas, oportunas ou inoportunas.”
Eis uma versão interessante para o pecado e para o livre-arbítrio. Sua mãe transferia para ele a responsabilidade pelos seus atos, sem prêmios celestiais ou castigos infernais.
Nestes momentos de crise, em que os pecados capitais estão sob revisão, gostaria de falar sobre o conceito de pecado no mundo atual.
Hoje, ser pobre, gordo, não entender de informática, ser velho, desempregado, não passar no vestibular, ser paranista... é pecado. Não ter um bumbum bonito também é pecado e o silicone é uma benção! Aliás, ser feio também é um grande pecado.
Mas, inegavelmente, o pior dos pecados capitais modernos é ser feio e sem capital. O Monsenhor Bernabeu contava a história de um senhor, muito feio, que esperava o nascimento de seu primeiro filho. O menino nascera parecido com o pai, exceto pelas orelhas, que eram ainda maiores. Ele disse para a mulher: “Que coisa bonitinha nosso bebê, amor!”. Mas a mulher, traumatizada depois de ver a criança, começou a chorar e a berrar. Então ele a consolou: “Desculpa amor, eu só estava brincando...”
Cuidado, irmãos, rir da desgraça alheia também é pecado!
A preguiça é um dos maiores pecados capitais. A Bíblia registra nada menos que 57 passagens sobre a preguiça. E deixaram de incluir outras duzentas. Adivinhem por quê? Pura preguiça! Vejamos esta famosa passagem do Êxodo: “Depois de 40 dias de jejum, Moisés descia o Monte Sinai exausto, carregando as Tábuas da Lei, que eram de pedra. A multidão o esperava dançando em volta do Bezerro de Ouro. Faltando 70 metros de descida, Moisés sentou para tomar fôlego e aguardou o intervalo musical. E eis então que gritou: Será que ninguém vai me ajudar com estas pedras?”
Moisês ficou tão bravo que quebrou as pedras e ordenou a matança dos mais festeiros. Foram sacrificados 3 mil num só dia! Depois, chateado pelo ocorrido, Moisés reparou num pedaço de pedra ensanguentado, no chão. Uma tristeza profunda invadiu seu coração. A pedra ainda mostrava: “Não matarás!”
Garrincha, que Deus o tenha! (de preferência na ponta direita), não foi apenas um dos melhores jogadores de futebol de todos os tempos, como um dos mais falsos da história. Garrincha era um perfeito mentiroso. Ele fazia que ia em frente, mas voltava; depois ameaçava ir pela esquerda e cortava pela direita!
E o hedonismo, que prega o prazer a qualquer custo? Vamos com calma, irmãos! É inteligente usar a liberdade para cair nas garras da dependência?
Muitos aspiram ao prazer individual total. Alguns aspiram e até injetam. Para mim, overdose é “realizar uma viagem longa demais para lugar nenhum.” Esta questão é delicada, mas temos que encarar. O crime organizado mata mais de 500 pessoas por ano em Curitiba. “Números oficiais”. Mata-se por menos de 10 reais! A questão para o usuário é: mocinho ou bandido? Ou depende da festinha?
Tenho sido um padre polêmico. Lembro de ter afirmado que Bush queria a união dos muçulmanos e por isso os juntava em Guantânamo. Pois também foi Bush quem reacendeu o grande sonho de todo fundamentalista: “antecipar o descanso eterno para aos inimigos!”. Mas será que não temos fundamentalistas na nossa igreja?
O caso da moça italiana que ficou em coma irreversível durante 17 anos comoveu todos nós. E trouxe à tona o tema da eutanásia. Parece que aqui os papéis da ciência e da igreja se inverteram. A igreja do lado dos equipamentos médicos e os médicos libertando o espírito desta jovem, acorrentado por tanto tempo.
Imaginem um médico confortando um paciente terminal, com fortes dores: “Chorai e gemei neste vale de lágrimas, porque vosso será o reino dos céus”. Acho que ele seria processado por falta de ética e negligência.
E quando a ciência se mete na religião? Einstein disse: “Deus não joga dados.” O que é que entendia Einstein sobre os passatempos de Deus?
Um arcebispo opinava sobre células-tronco apesar de entender disso menos que uma lagartixa! Vejam bem, não é brincadeira de mau gosto, as salamandras regeneram membros completos, braços, pernas, rabo. E sozinhas!
Minhas últimas noites têm sido de insônia e de muita reflexão. Passei a perceber que como qualquer católico sou obrigado a aceitar as regras da igreja nos casos em que fé e conhecimento conflitam. O papa discursou um dia contra o uso da camisinha na África! Agora voltou atrás. Ele entende de AIDS?
Se a razão e a revelação são métodos válidos por que então dão resultados diferentes? Numa sala há cientistas olhando os resultados de um experimento e dizendo: “já temos os fatos, agora precisamos das respostas.” Na outra sala, religiosos mostrando livros sagrados, “temos a resposta, agora precisamos dos fatos”.
Sinto-me só nestas ponderações. Aprendi com a minha avó que a solidão é um mito. Ela era uma mulher muito espirituosa e, pouco antes de morrer, me disse no leito do hospital: “Meu neto, vou lhe revelar meu grande segredo: nós nunca estamos sós, sempre tem alguma coisa incomodando. Em poucos anos você vai chegar à terceira idade, Bartolo. Tente aproveitar cada momento. Descobri que só há uma coisa lamentável na terceira idade: não existe quarta!”
Quando comecei a rezar um pai-nosso, ela me interrompeu delicadamente: “não precisa rezar mais, com tudo que rezei nesta vida por que Deus iria me atender só agora que estou chegando ao fim?
Mas, avó, eu disse, a senhora fala como alguém que se converteu ao ateísmo!
Acertou, querido, e me sinto mais tolerante do que nunca. As pessoas que eu vi aqui nos últimos meses tentando aliviar nossa dor eram médicos, enfermeiras e os clowns da “Trupe da Saúde”. Cada um do seu jeito, eles não se importam com as crenças ou descrenças dos doentes, mas com sua melhoria. Alguns eram ateus, portanto incapazes de pilotar um avião contra um prédio, ou apedrejar um homem por trabalhar aos sábados, ou uma mulher por ser adúltera (quem sabe num daqueles sábados em que o marido andava trabalhando). Seria um ateu capaz de condenar alguém a arder no fogo eterno por discordar de suas opiniões? Por que é que só para as pessoas de fé que perguntar ofende, sendo que para o ateu é a coisa mais sensata a se fazer quando faltam evidências?
Ela faleceu um dia depois. Suas últimas palavras foram: “Estou vendo um túnel se aproximando. Daqui a pouco saberei o que há do outro lado. Qualquer coisa, eu ligo para vocês...”

(Tirando a batina)

Estou renunciando hoje ao meu sacerdócio. Dona Mônica vai ficar contente.
Felicidades e até sempre meus irmãos.

Fim


Texto extraído do livro “Penso, logo Complico”. Editora Livre Expressão, 2011.

(mais informações em: www.juanico.com.br ou juanico@juanico.com.br)



quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

2012


- Eu só tinha espaço suficiente para ir até 2012.
- Ha! Isso vai enlouquecer alguém algum dia.

Somente mais um lembrete

I want a pay day from week ago.

                          Os tempos são outros meus amigos! Se você ainda não se adaptou ao idioma “universal”, já está passando da hora de começar. Esqueça aqueles bordões já prontos e muitíssimo batidos, tais como: “To be, or not to be, that is the question.” ou “The book is on the table.” Se até o Michel Teló canta em inglês (Ai se eu te pego - If I catch you), tenho certeza que todos – eu disse TODOS – podemos "hablar" o nobre idioma. E para isto, transmito um pouco do conhecimento adquirido em "anos de experiência” com o vernáculo importado. Conheçam algumas palavras que vão fazer com que você consiga se comunicar com os gringos de uma forma fácil e descolada. Bom proveito, pois esta aula é gratuita.  



quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A moralidade exige Deus ... ou não?



 
O artigo seguinte foi retirado da revista Free Inquiry, Volume 17, Número 3.
Escrito por Theodore Schick, Jr.

Tradução: Marcos Joel


Embora Platão tenha demonstrado a independência lógica de Deus e da moralidade há mais de 2.000 anos no Eutífron(1), a crença que a moralidade requer Deus continua a ser amplamente aceito como a moral máxima. Em particular, isto serve como pressuposto básico da teoria fundamentalista cristã social. Os fundamentalistas afirmam que todos os males da sociedade - desde a AIDS até a gravidez fora do casamento - são o resultado de uma falha na moralidade e que esta quebra se deva ao declínio na crença em Deus. Apesar de muitos fundamentalistas apontarem o início desse declínio à publicação de Charles Darwin, A Origem das Espécies (1859), outros indicam a decisão da Suprema Corte, em 1963, que proíbe a oração em sala de aula. Na tentativa de neutralizar essas supostas fontes de decadência moral, os fundamentalistas de toda a América estão procurando restaurar a crença em Deus, promovendo o ensino do criacionismo e da oração na escola.
A crença de que a moralidade necessita de Deus não está limitado a teístas, no entanto. Muitos ateus também o admitem. O existencialista Jean-Paul Sartre, por exemplo, diz que: "Se Deus está morto, tudo é permitido." Em outras palavras, se não houver nenhum ser supremo para estabelecer a lei moral, cada indivíduo é livre para fazer o que lhe agrada. Sem um legislador divino, não pode haver lei moral universal.
A idéia de que Deus cria a lei moral é muitas vezes chamado de "Teoria do Comando Divino de Ética." Segundo essa visão, o que torna uma ação correta é que Deus quer que isso seja feito. Que um agnóstico devesse entender essa suspeita teoria é evidente, pois, se alguém não acredita em Deus ou se não tem certeza que Deus é o Deus verdadeiro, ser dito que se deva fazer como os mandamentos de Deus não vai ajudar ninguém a resolver quaisquer dilemas morais. O que não é tão óbvio é que os teístas devem achar essa teoria suspeita, também, pois ela é incompatível com a crença em Deus.


O Legislador Arbitrário

Para entender melhor a importação da Teoria do Comando Divino, considere o conto seguinte:

"Parece que, quando Moisés desceu da montanha com as tábuas contendo os Dez Mandamentos, os seus seguidores lhe perguntaram o que elas revelavam sobre como deveriam viver suas vidas. Moisés disse-lhes: 'Eu tenho uma notícia boa e uma má notícia.'
'Dê-nos a boa notícia em primeiro lugar,' eles disseram.
'Bem, a boa notícia', respondeu Moisés, 'é que ele manteve o número de mandamentos abaixo de 10'.
'Ok, qual é a má notícia?' perguntaram.
'A má notícia,' Moisés respondeu: 'é que ele manteve um mandamento sobre o adultério.'
A questão é que, de acordo com a Teoria do Comando Divino, nada é certo ou errado a menos que Deus queira que seja assim. Independentemente do que ele diga. Então, se Deus tivesse decretado que o adultério era permitido, então o adultério seria admissível.
Vamos aproveitar esta linha de raciocínio até sua conclusão lógica. Se a Teoria do Comando Divino fosse verdade, então os Dez Mandamentos poderiam ter sido algo como isto:
  • Deverás matar a todos que não goste.
  • Estuprarás todas as mulheres que desejares.
  • Deverás roubar tudo o que cobiçares.
  • Deverás torturar crianças inocentes em teu tempo livre.
A razão pela qual isso é possível é que matar, estuprar, roubar e torturar não estavam errados diante de Deus que os fez assim. Uma vez que Deus é livre para estabelecer os conjuntos de princípios morais à sua escolha, ele poderia muito bem ter escolhido este conjunto como a qualquer outro.
Muitos poderiam considerar este um reductio ad absurdum(2) da Teoria do Comando Divino, pois é insensatez pensar que tal matança desenfreada, estupro, roubo e tortura poderia ser moralmente admissível. Além disso, acreditar que Deus poderia ter ordenado essas coisas é de destruir qualquer um que pudesse ter motivos para elogiar ou adorá-lo. Leibniz, em seu Discurso sobre Metafísica, explica:
"Em afirmar, portanto, que as coisas não são boas de acordo com qualquer padrão de bondade, mas simplesmente pela vontade de Deus, parece-me que se destrói, sem perceber, todo o amor de Deus e toda a sua glória. Por que elogiá-lo pelo que ele fez, se ele seria igualmente louvável em fazer o contrário? Onde vai a sua justiça e sua sabedoria se ele tem apenas um certo poder despótico, se a arbitrariedade toma o lugar da razoabilidade e se de acordo com a definição dos tiranos, a justiça consiste em o que é agradável para o mais poderoso? Além disso, parece que todo ato da vontade pressupõe alguma razão para a boa vontade e isso, naturalmente, deve preceder o ato."
Para Leibniz, se as coisas não são nem certo nem errado, independentemente da vontade de Deus, então Deus não pode escolher uma coisa em detrimento de outra, porque é certo. Portanto, se ele escolher um ou outro, sua escolha deve ser arbitrária. Mas um ser cujas decisões são arbitrárias não é um ser digno de adoração.
O fato de que Leibniz rejeita a Teoria do Comando Divino é significativo, pois ele é um dos teístas mais empenhados na tradição intelectual ocidental. Ele argumenta detalhadamente que deve haver um todo-poderoso, onisciente e bondoso Deus e, consequentemente, que este deve ser o melhor dos mundos possíveis, que tal Deus não poderia criar nada menos. Desde que Voltaire satirizou essa visão em Cândido(3), tem sido difícil para defender com seriedade. Não obstante, o que Leibniz demonstra é que, longe de ser desrespeitoso ou herético, a visão de que a moralidade é independente de Deus é uma questão extremamente sensível e fiel para um teísta manter.


Uma Teoria Vazia

Para evitar a acusação de absurdo, um teórico Comando Divino poderia tentar negar que a situação descrita acima é possível. Ele poderia argumentar por exemplo, que Deus nunca iria perdoar tal matança, estupro, roubo e tortura, porque Deus é bondoso. Mas para fazer tal afirmação a teoria torna-se vazia. A Teoria do Comando Divino é de natureza da moralidade. Como tal, ela nos diz o que faz algo ser bom oferecendo uma definição de moralidade. Mas, se a bondade é um atributo de definição de Deus, então Deus não pode ser usado para definir a bondade, pois, nesse caso, a definição seria circular - o conceito a ser definido estaria fazendo a definição - e tal definição seria pouco informativa. Se ser bondoso é uma característica essencial de Deus, então toda a Teoria do Comando Divino nos diz que as boas ações seriam desejadas por um extremo bem estar. Apesar disso ser certamente verdade, isto é ignorância. Por isso não nos diz o que torna algo bom e, portanto, não aumenta a nossa compreensão da natureza da moralidade.
Um teórico Comando Divino pode tentar evitar essa circularidade, negando que a bondade seja um atributo de definição de Deus. Mas isso iria levá-lo da frigideira para o fogo, pois se a bondade não é uma característica essencial de Deus, então não há garantia de que aquilo que ele quer vai ser bom. Ainda que Deus seja todo-poderoso e onisciente, não decorre que ele seja totalmente bondoso, pois, como nos ensina a suposta história de Satanás, ele pode ser poderoso e inteligente sem ser bom. Assim, a Teoria do Comando Divino enfrenta um dilema: se a bondade é um atributo de definição de Deus, a teoria é circular, mas se não é um atributo que o determine, a teoria é falsa. Em ambos os casos, a Teoria do Comando Divino não pode ser considerada uma teoria viável para a moralidade.
As considerações anteriores indicam que não é razoável acreditar que uma ação é correta porque Deus quer que isso seja feito. Pode ser plausível acreditar que Deus queira que uma ação seja feita por que seja certa, mas crer nisso é ter fé que a justa ação é independente de Deus. Em qualquer caso, a visão de que a lei moral requer um legislador divino é insustentável.


Deus, o Executor

Há aqueles que sustentam, no entanto, que mesmo que não seja necessário que Deus seja o autor da lei moral, é ele, contudo, imprescindível como aplicador dela, pois sem a ameaça de punição divina, as pessoas não vão agir moralmente. Mas esta posição não é mais plausível do que a Teoria do Comando Divino em si.
Em primeiro lugar, como uma hipótese empírica sobre a psicologia dos seres humanos, isto é questionável. Não há nenhuma evidência inequívoca de que os teístas são mais morais do que os não-teístas. Não somente estudos psicológicos falharam em encontrar uma correlação significativa entre freqüência de culto religioso e de conduta moral, mas os criminosos condenados são muito mais propensos a ser teístas do que os ateus.
Em segundo lugar, a ameaça de punição divina não pode impor uma obrigação moral, por que não seria o certo a fazer. Ameaças extorquem, e não criam uma obrigação moral. Assim, se nossa única razão para obedecer a Deus é o medo da punição se não o fizermos, então, do ponto de vista moral, Deus não tem direito a reivindicar a nossa lealdade mais que Hitler ou Stalin.
Por outro lado, uma vez que o auto-interesse não é uma base adequada para a moralidade, não há razão para acreditar que céu e inferno não podem executar a função reguladora muitas vezes atribuída a eles. Céu e inferno são muitas vezes entendidos como o cajado que Deus usa para nos fazer entrar na linha. O céu é a recompensa para as pessoas boas por as tê-lo sido assim, e o inferno é o castigo para as pessoas que foram más. Mas considere isto. As pessoas boas fazem o bem, porque eles querem fazer o bem - não porque elas irão se beneficiar pessoalmente com isto ou porque alguém as forçou a fazê-lo. Aqueles que fazem o bem apenas em próprio benefício ou para evitar danos pessoais não são boas pessoas. Alguém que salva uma criança se afogando, por exemplo, só porque foi oferecida uma recompensa ou foi fisicamente ameaçada não merece a nossa consideração. Desse modo, se o único motivo para a realização de boas ações é o seu desejo de ir para o céu ou o seu temor de ir para o inferno - se todas suas outras ações são motivadas puramente por interesse próprio - então você devia ir para o inferno porque você não é uma boa pessoa. Uma preocupação obsessiva com o céu ou o inferno realmente deve diminuir as chances de salvação ao invés de aumentá-las.
Os fundamentalistas percebem corretamente que padrões morais universais são necessários para o bom funcionamento da sociedade. Mas eles acreditam equivocadamente que Deus é a única fonte possível de tais normas. Filósofos tão diversos como Platão, Immanuel Kant, John Stuart Mill, George Edward Moore e John Rawls têm demonstrado que é possível ter uma moralidade universal sem Deus. Contrariamente ao que os fundamentalistas poderiam nos fazer acreditar, então, que a nossa sociedade realmente não precisa de mais religião, mas de uma noção mais rica de natureza moral.


Theodore Schick Jr., é professor de Filosofia na Muhlenberg College e co-autor (com Lewis Vaughn) de como pensar sobre coisas estranhas: Pensamento Crítico para uma Nova Era (Mayfield Publishing, 1995).


Notas do tradutor:

1 - Eutífron é um dos primeiros diálogos de Platão, datando de cerca de 399 a.C.. Ele apresenta o filósofo grego Socrates e Eutifro, conhecido como sendo um experto religioso. Eles tentam estabelecer uma definição para piedade.
2 - Reductio ad absurdum significa algo próximo a "redução ao impossível" (expressão frequentemente usada por Aristóteles), também conhecida como um argumento apagógico, reductio ad impossibile ou, ainda, prova por contradição, é um tipo de argumento lógico no qual alguém assume uma ou mais hipóteses e, a partir destas, deriva uma consequência absurda ou ridícula, e então conclui que a suposição original deve estar errada.
3 - “Cândido” é uma das obras mais conhecidas de Voltaire. O texto contrapõe ingenuidade e esperteza, desprendimento e ganância, caridade e egoísmo, delicadeza e violência, amor e ódio. Tudo isso mesclado com discussões filosóficas sobre causas e efeitos, razão e ética.

Disponível em: <http://www.secularhumanism.org/library/fi/schick_17_3.html> Acesso em 08 janeiro 2012.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Coincidência?



                       "Não é uma coincidência extraordinária que quase todo mundo tem a mesma religião que os seus pais? E sempre acontece de ser a religião certa. Religiões funcionam nas famílias. Se tivéssemos sido criados na Grécia antiga, todos nós estaríamos adorando Zeus e Apolo. Se tivéssemos nascido Vikings, estaríamos adorando Wotan e Thor. Como isso aconteceu? Através de doutrinação infantil."
                                                                                                                    Richard Dawkins

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Depoimento de um ex-drogado. A verdade nua e crua!

Nossa Realidade Educacional

Sexo Seguro na Visão de um Advogado


Meus Amigos


Antes de transar, consulte um advogado.

Você lembra do tempo em que "sexo seguro" significava usar camisinha para evitar doenças sexualmente transmissíveis e gravidez? Esqueça, os bons tempos terminaram. Confira aqui as dicas para sexo seguro que um homem deve observar no maravilhoso mundo feminista moderno!
A coisa está ficando assim: sabe aquela gatinha que você conheceu na balada, que deu a maior mole, você convidou para um motel e ela topou?

Primeiro leve a garota à uma emergência hospitalar e solicite um teste de dosagem de álcool e outros entorpecentes, para evitar acusação de posse sexual mediante fraude. (Art. 215 CPB)

Depois passe com ela em um cartório e exija que ela registre uma declaração de que está praticando sexo consensual, para evitar acusação de estupro. (Art. 213 CPB)

Exija também o registro de uma declaração de que ela está praticando sexo casual, para evitar pedido de pensão por rompimento de relação estável. (Lei 9.278, Art. 7)

Depois vá a um laboratório e exija o exame de beta-HCG (gonadotrofina coriônica humana) para ter certeza que você não é o pato escolhido para sustentá-la na gravidez de um bebê que não é seu. (Lei 11.804 Art. 6)

No motel ou em casa, use camisinha e nada de "sexo forte" pra evitar acusações de violência doméstica e pegar uma Maria da Penha nas costas.
Além disso, você deve paparicá-las, elogiá-las, jamais criticá-las ou reclamar coisa alguma, devem ser perfeitos capachos, para não causar qualquer "sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral", sem que tenha obviamente os mesmos direitos em contrapartida.(Lei 11.340 Art. 5)

Na saída do motel leve-a ao Instituto Médico Legal e exija um exame de corpo de delito, com expedição de laudo negativo para lesões corporais (Art. 129 CPB) e negativo para presença de esperma na vagina, para TENTAR evitar desembolsar nove meses de bolsa-barriga caso ela saia dali e engravide de outro. (Lei 11.804 Art. 6)

Finalmente, se houver presença de esperma na vagina da moça, exija imediatamente uma coleta de amostra para futura investigação de paternidade (Lei 1.060 Art. 3 inciso VI) e solicitação de restituição de eventuais pensões alimentícias obtidas mediante ardil ou fraude. (Art. 171 CPB)

Fazendo tudo isso, você pode fazer "SEXO SEGURO". se ainda estiver interessado.

Sô Adevogado, Pô!

Ele tornou-se um advogado especialista, não queria saber de outra função que não fosse a sua especialidade.
Um dia, em casa, sua mulher pediu:
- Querido, o ferro não esquenta. Dê uma olhada, por favor...
- Querida, acooordaaaaaa!!! Eu não sou eletricista!!!
- Sou advogado!
No outro dia:
- Querido, a pia entupiu. Você pode dar uma olhadinha?
- Querida, acoooordaaaaaa!!! Eu não sou encanador!!!
- Eu sou um advogado!!!!!
Na segunda-feira seguinte:
- Querido, a torradeira está pegando fogo!
- Mulher, vê se acooordaaaaaaa!!! (alterado) Eu não sou bombeiro, SOU AD - VO - GA - DOOOO!!!!!
No fim de semana, descansando, ele descobre que tudo o que a mulher havia reclamado estava em perfeito funcionamento.
E ele pergunta:
- Querida, quem fez todos esses reparos?
- Ora, querido, você lembra daquele seu amigo engenheiro que você trouxe para jantar aqui no sábado passado?
- Sim, lembro.
- Então, ele se prontificou a consertar tudo.
- Como assim? Ele fez tudo de graça?
- É claro que não! Ele me disse que eu poderia pagar de duas formas: eu faria outro prato igual ao que ele jantou aqui ou lhe dava o prazer de um sexo bem animal...
 - E o que você fez?!?!
- Querido.... Helloooo... Acoooordaaaa!!!!!
- Eu NÃO sou  Co - zi - nhei – raaaaa........g

O Advogado e o Médico

Um advogado, andando pela rua, viu uma placa que dizia:
CLÍNICA MÉDICA 
Tratamos qualquer doença. Resultado garantido ou seu dinheiro de volta em DOBRO.
E pensou: 'Esses caras tão se achando espertos, vou enganá-los e ainda tirar uma grana.' Entrou na clínica, pagou a consulta e o médico o recebeu sorridente:
- Pois não, o que o traz até aqui?
- Doutor, estou aqui com um grande problema, perdi meu paladar, não consigo mais sentir o gosto de nada; água, café, feijão, arroz...
E o médico: - Ah, pois não. Enfermeira, por favor, traga o pote número 13.
E veio um pote cheio de merda. O médico encheu uma colher e enfiou rapidamente na boca do advogado.
- O que é isso? O senhor me deu merda?! Tá maluco?
E o médico imediatamente: - Pronto, recuperou seu paladar, está curado !
O advogado saiu puto da vida pensando: 'O filho da puta me pegou dessa vez, mas agora tenho que recuperar minha grana. Da próxima vez vou meter uma infalível.'
Dias depois entrou na clínica, pagou novamente a consulta e...
- Ora, ora, o senhor aqui de novo?!
E o advogado:
- Como assim, de novo? Quem é o senhor, quem sou eu? Perdi minha memória. O que estou fazendo aqui?
O médico sem pestanejar: - Ah, pois não, enfermeira, o pote número 13.
- O pote 13 de novo não, porra !
- Maravilha, recuperou a memória, está curado !
E o advogado, puto da vida: '- Levou meu dinheiro de novo. Não é possível, esse cara é um lasarento! Da próxima vez não vou dar chance.'
Uma semana depois lá estava o advogado novamente e...
- Mas vejam só, o senhor novamente! Em que posso ajudá-lo dessa vez ?
- Pois é doutor, estou acabado dessa vez, perdi o tesão! Não tenho mais vontade de comer ninguém. Vejo a Juliana Paes, a Flávia Alessandra, a Ana Paula Arósio e nada. Não tenho mais vontade nenhuma...
O médico pensou um pouco e solicitou: - Enfermeira, o pote número...
- Se vier com essa porra de pote número 13 mais uma vez vou foder com o senhor, vou foder com essa sua enfermeira filha-da-puta... vou foder com todo mundo!
- Pronto, já recuperou seu tesão ! Está curado novamente !

Essa é a nossa Realidade!

Não seja Escravo do seu Fim (Comercial Ateu)

Razão antes da Religião (Comercial Ateu)

LIBERTE SUA MENTE!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

A Improbabilidade de Deus



O artigo seguinte foi retirado da revista Free Inquiry, Volume 18, Número 3.
Escrito por Richard Dawkins

Tradução: Marcos Joel


Muito do que as pessoas fazem é em nome de Deus. Os irlandeses mandam-se uns aos outros pelo ar em nome de Deus. Os árabes mandam-se a si próprios pelo ar em nome de Deus. Os imãs e os aiatolás oprimem as mulheres em nome de Deus. Os papas e os padres celibatários destroçam a vida sexual das pessoas em nome de Deus. Os shohets(1) judeus cortam a garganta de animais vivos em nome de Deus. As proezas da religião no passado ― cruzadas sangrentas, inquisições que praticavam a tortura, conquistadores que assassinavam em massa, missionários que destruiam culturas, resistência reforçada legalmente e até ao último momento possível a cada nova verdade científica ― são ainda mais impressionantes. E tudo isto para quê? Creio que se torna cada vez mais claro que a resposta é absolutamente para nada. Não há nenhuma razão para que acreditemos que existam quaisquer espécies de deuses e há muitas boas razões para que acreditemos que não existem e nunca existiram. Foi tudo um gigantesco desperdício de tempo e de vida. Seria uma anedota de proporções cósmicas se não fosse tão trágico.
Porque é que as pessoas acreditam em Deus? Para a maior parte das pessoas a resposta é ainda uma qualquer versão do antigo Argumento do Desígnio(2). Olhamos em volta para a beleza e complexidade do mundo ― para o movimento aerodinâmico de uma asa de andorinha, para a delicadeza das flores e das borboletas que as fertilizam; através de um microscópio para a vida fervilhante em cada gota d'água de uma lagoa; através de um telescópio para a copa de uma sequóia gigante. Refletimos na complexidade eletrônica e na perfeição óptica dos nossos olhos que vêem tudo isto. Se temos alguma imaginação, estas coisas leva-nos a um sentimento de temor e reverência. Além disso, não podemos deixar de nos impressionar com a semelhança óbvia dos órgãos vivos com os projetos cuidadosamente planeados dos engenheiros humanos. A expressão mais famosa deste argumento é a analogia do relojoeiro de William Paley, padre do século XVII. Mesmo que não soubéssemos o que é um relógio, o caráter obviamente concebido dos seus dentes e molas e de como engrenam uns nos outros para um propósito, forçar-nos-ia a concluir "que o relógio teve de ter um autor: que teve de ter existido, nalguma altura, num lugar ou noutro, um artífice ou artífices, que o concebeu com o propósito a que o vemos agora responder; que compreendeu a sua construção e concebeu o seu uso." Se isto é verdade pare um relógio relativamente simples, não é muito mais verdade do olho, do ouvido, do rim, da articulação do cotovelo e do cérebro? Estas belas, complexas e intrincadas estruturas, que foram evidentemente construídas com um propósito, tiveram de ter o seu próprio autor, o seu próprio relojoeiro ― Deus.
Tal é o argumento de Paley, e é um argumento que praticamente todas as pessoas que refletem e têm sensibilidade descobrem por elas próprias em certa altura da sua infância. Durante a maior parte da história deve ter parecido absolutamente convincente e de uma verdade auto-evidente. E contudo, como resultado de uma das mais espantosas revoluções intelectuais da história, sabemos agora que é errado ou pelo menos supérfluo. Sabemos que a ordem e a aparente intencionalidade do mundo vivo aconteceu por intermédio de um processo completamente diferente, um processo que funciona sem a necessidade de qualquer autor e que é uma consequência de leis físicas basicamente muito simples. Este é o processo de evolução por seleção natural, descoberto por Charles Darwin e, independentemente, por Alfred Russel Wallace.
O que têm em comum todos os objetos que parecem ter tido um mesmo autor? A resposta é improbabilidade estatística. Se encontramos um seixo transparente a que o mar deu a forma de uma lente imperfeita, não concluímos que teve de ser concebido por um oculista: as leis da física por si sós são capazes de alcançar este resultado; não é muito improvável que tenha meramente "acontecido". Mas se encontramos uma lente composta trabalhada, cuidadosamente corrigida contra a aberração esférica e cromática, revestida contra o brilho e com "Carl Zeiss"(3) gravado no rebordo, sabemos que não poderia ter acontecido meramente por acaso. Se pegarmos todos os átomos de uma tal lente composta e os lançarmos juntos ao acaso sob a impulsionante influência das leis comuns da física na natureza é "teoricamente" possível que, por puro acaso, os átomos se agrupem segundo o padrão da lente composta da Zeiss e até que os átomos ao redor da orla se agrupem de modo a que o nome Carl Zeiss seja gravado. Mas o número de outras formas segundo as quais os átomos poderiam, com idêntica probabilidade, ter-se agrupado é tão extremamente, imensamente, incomensuravelmente elevado, que podemos pôr completamente de lado a hipótese do acaso. Como explicação o acaso está fora de questão.
A propósito, este argumento não é circular. Pode parecer circular porque, depois da ocorrência, podemos dizer que qualquer organização particular de átomos é muito improvável. Como alguém já disse, quando uma bola cai num determinado pedaço de gramado em um campo de golfo, seria loucura exclamar: "De todos os bilhões de pedaços de gramado em que a bola poderia ter caído, caiu exatamente neste. Quão admiravelmente e miraculosamente improvável!" Claro que a falácia aqui é que a bola tinha de cair em algum lugar. Só podemos ficar admirados com a improbabilidade do acontecimento real se o determinarmos a priori: por exemplo, se um homem de olhos vendados girasse sobre si no tee(4) e acertasse na bola ao acaso conseguindo um hole in one(5). Isso seria verdadeiramente espantoso, porque o futuro da bola tinha sido estabelecido previamente.
De todas as trilhões de formas diferentes de juntar os átomos de um telescópio, apenas uma minoria poderia na realidade funcionar de forma útil. Apenas uma pequena minoria teria Carl Zeiss gravado ou, na verdade, quaisquer palavras reconhecíveis de qualquer linguagem humana. O mesmo é verdade para as partes de um relógio: de todos os bilhões de modos possíveis de os juntar, apenas uma pequena minoria dirão as horas ou farão qualquer coisa útil. E, claro, o mesmo é verdade, a fortiori(6), para as partes dos corpos vivos. De todos os trilhões de trilhões de modos de juntar as partes de um corpo, apenas uma minoria infinitesimal viverão, procurarão comida, comerão e se reproduzirão. É verdade que há muitas formas diferentes de estar vivo ― pelo menos dez milhões de formas diferentes, se contarmos o número de espécies diferentes que estão atualmente vivas ― mas, por mais formas de estar vivo que possam existir, de certeza que há muito mais de estar morto!
Podemos com segurança concluir que os corpos vivos são bilhões de vezes muito complicados ― muitíssimo estatisticamente improváveis ― para terem surgido por puro acaso. Como é que surgiram, então? A resposta é que o acaso entra na história, mas não um único e exclusivo ato de acaso. Em vez disso, toda uma série de pequenos passos ocasionais, cada um suficientemente pequeno para ser um resultado credível do seu predecessor, ocorreram uns atrás dos outros em sequência. Estes pequenos passos do acaso são causados por mutações genéticas, mudanças fortuitas ― erros de fato ― no material genético. Originam mudanças na estrutura corporal existente. A maior parte dessas mudanças são perniciosas e levam à morte. Uma minoria revelam-se pequenas melhorias, que conduzem a um aumento da sobrevivência e da reprodução. Por este processo de seleção natural, as mudanças ao acaso que se revelam no fim de contas benéficas espalham-se pela espécie e tornam-se a norma. O cenário está agora montado para a próxima pequena mudança no processo evolutivo. Depois de, digamos, um milhar destas pequenas mudanças em série, cada mudança fornecendo a base para a próxima, o resultado final tornou-se, por um processo de acumulação, demasiado complexo para ter surgido num único ato de acaso.
Por exemplo, é teoricamente possível que um olho se forme do nada, num único passo de acaso: digamos que a partir da pele nua. É teoricamente possível no sentido em que poderíamos escrever uma receita com a forma de um grande número de mutações. Se todas estas mutações acontecessem simultaneamente, poderia mesmo surgir do nada um olho completo. Mas embora seja teoricamente possível, é na prática inconcebível. A quantidade de acaso que envolve é demasiada. A receita "correta" envolve mudanças num enorme número de genes simultaneamente. A receita correta é uma combinação particular de mudanças em trilhões de combinações de acasos igualmente prováveis. Podemos certamente excluir uma tal miraculosa coincidência. Mas isto é perfeitamente plausível que o olho moderno se tenha formado a partir de algo que fosse quase igual ao olho moderno mas não exatamente igual: um olho ligeiramente menos elaborado. Pelo mesmo argumento, este olho ligeiramente menos elaborado formou-se a partir de um ainda menos elaborado, etc. Se assumirmos um número suficientemente grande de pequenas diferenças entre cada estágio evolutivo e o seu predecessor, somos capazes de derivar um olho completo, complexo, a funcionar, a partir apenas da pele. Quantos estágios intermediários podemos registrar? Isso depende do tempo de que dispusermos. Houve tempo suficiente para os olhos evoluírem por pequenos passos a partir do nada?
Os fósseis dizem-nos que a vida evoluiu na Terra há mais de 3.000 milhões de anos. Para a mente humana é quase impossível apreender tal imensidão temporal. Nós, natural e felizmente, tendemos a ver a nossa própria expectativa de vida como razoavelmente longa, mas não podemos esperar viver nem sequer um século. Passaram 2.000 anos desde que Jesus viveu, tempo suficiente para desfocar a distinção entre história e mito. Podemos imaginar um milhão de períodos desses colocados lado a lado? Suponhamos que queremos escrever toda a história num longo e único livro. Se amontoássemos toda a história da Era Comum numa parte do livro, que tamanho teria a parte do livro da Era pré-Comum até ao começo da evolução? A resposta é que a parte do livro da Era pré-Comum estender-se-ia de Milão a Moscovo. Pensemos nas implicações disto para a quantidade de mudanças evolutivas que podem ser incluídas. Todos as raças de cães domésticos ― pequineses, poodles, spaniels, São Bernardos e chihuahuas ― provieram de lobos num espaço de tempo medido em centenas ou no máximo milhares de anos: não mais que dois metros ao longo da estrada de Milão para Moscovo. Pensemos na quantidade de mudança envolvida na passagem de lobo a pequinês; agora multipliquemos essa quantidade de mudança por um milhão. Quando olhamos para isto dessa maneira, torna-se fácil acreditar que um olho pode ter evoluído por pequenos passos a partir do nada.
É preciso ainda convencermo-nos de que cada um dos mediadores na rota da evolução, digamos da mera pele para um olho moderno, teria sido favorecido pela seleção natural; teria sido um progresso em relação ao seu predecessor na sequência ou pelo menos teria sobrevivido. Não serviria de nada provarmos a nós mesmos que existe teoricamente uma cadeia de mediadores quase perceptivelmente diferentes levando a um olho se muitos desses mediadores tivessem morrido. Afirma-se às vezes que as partes de um olho têm de estar todas reunidas ou o olho não funcionará. Metade de um olho, diz o argumento, não é melhor que nenhum olho. Não podemos voar com metade de uma asa; não podemos ouvir com metade de um ouvido. Portanto, não pode ter existido uma série de passos intermédios conduzindo ao olho, asa ou ouvido modernos.
Este tipo de argumento é tão ingênuo que podemos apenas perguntar-nos quais os motivos subconscientes para acreditar nele. É obviamente falso que meio olho seja inútil. As pessoas que sofrem de cataratas a quem removeram cirurgicamente os cristalinos não podem ver muito bem sem óculos, mas ainda assim estão muito melhor do que as pessoas que não têm quaisquer olhos. Sem o cristalino não é possível focar uma imagem detalhada, mas é possível evitar chocar com obstáculos e seria possível detectar a sombra vaga de um predador.
Quanto ao argumento segundo o qual não podemos voar com apenas metade de uma asa, é refutado por um grande número de animais planadores bem sucedidos, incluindo mamíferos de gêneros muito diferentes, lagartos, rãs, cobras e lulas. Muitos gêneros diferentes de animais que vivem nas árvores têm camadas de pele entre as suas articulações que são de fato asas fracionadas. Se você cair de uma árvore, qualquer pele extra ou alisamento do corpo que aumente a sua área de superfície pode salvar-lhe a vida. E, por muito pequenas ou grandes que as suas abas de pele possam ser, haverá sempre uma altura crítica tal que, se você cair de uma árvore dessa altura, a sua vida poderia ter sido salva por precisamente um pouco mais de área de superfície. Portanto, quando os nossos descendentes desenvolverem essa área de superfície extra, as suas vidas serão salvas precisamente por um pouco mais, mesmo que caiam de árvores de uma altura ligeiramente maior. E assim sucessivamente, por passos imperceptivelmente graduados até que, centenas de gerações depois, chegamos a asas completas.
Os olhos e as asas não podem surgir num passo único. Isso seria como ter a sorte quase infinita de acertar na combinação que abre a caixa-forte de um grande banco. Mas se girarmos os discos da fechadura ao acaso e, de cada vez que nos aproximarmos um pouco mais do número da sorte, a porta da caixa-forte rangendo abrir outra ranhura, em breve teremos a porta aberta! Na essência, é esse o segredo de como a evolução por seleção natural realiza o que pareceu impossível. Coisas que não podem plausivelmente ser derivadas de predecessores muito diferentes podem muito bem serem derivadas de predecessores apenas parecidos. Contanto que haja uma série suficientemente longa de predecessores ligeiramente diferentes, podemos derivar qualquer coisa de qualquer outra coisa.
Portanto, a evolução é teoricamente capaz de fazer o trabalho que antigamente parecia ser uma prerrogativa de Deus. Mas há alguma prova de que a evolução tenha de fato acontecido? A resposta é sim; a prova é esmagadora. Milhões de fósseis encontram-se nos lugares e à profundidade exata a que devemos esperar que estejam se a evolução aconteceu. Nem um único fóssil foi alguma vez encontrado num local em que a teoria da evolução não previsse que estivesse, embora isto pudesse ter acontecido com muita facilidade: um fóssil de um mamífero tão antigo que os peixes ainda não existissem, por exemplo, seria suficiente para refutar a teoria da evolução.
Os padrões de distribuição dos animais e das plantas pelos continentes e ilhas do mundo são exatamente os que seriam de esperar que fossem se eles tivessem evoluído de antepassados comuns a passos lentos e graduais. Os padrões de semelhança entre animais e plantas são exatamente o que esperaríamos se alguns fossem entre si primos próximos, e outros mais distantes. O fato do código genético ser o mesmo em todas as criaturas vivas sugere esmagadoramente que todas descendem de um único antepassado. As provas a favor da evolução são tão conclusivas que a única forma de salvar a teoria da criação é assumir que Deus deliberadamente colocou enormes quantidades de provas para fazer com que parecesse que a evolução ocorreu. Por outras palavras, os fósseis, a distribuição geográfica dos animais e tudo isso, são todos uma emorme anedota. Alguém quer adorar um Deus capaz de tal embuste? É certamente muito mais respeitoso, assim como mais sensato do ponto de vista científico, tomar as provas pelo seu valor facial. Todas as criaturas vivas são primas umas das outras, descendem de um antepassado remoto que viveu há mais do que 3.000 milhões de anos.
Por conseguinte, o Argumento do Desígnio foi destruído como razão para acreditar em Deus. Existem outros argumentos? Algumas pessoas acreditam em Deus por causa do que sentem ser uma revelação interior. Tais revelações nem sempre são edificantes mas para a pessoa em questão são sem dúvida sentidas como reais. Muitos habitantes de hospícios têm uma fé inabalável em que são Napoleão ou, na verdade, o próprio Deus. Não há dúvida do poder de tais convicções para quem acredita nelas, mas isto não é razão para que o resto de nós acredite. Na verdade, uma vez que essas crenças são mutuamente contraditórias, não podemos acreditar nelas.
É preciso dizer um pouco mais. A evolução por seleção natural explica muitas coisas, mas não poderia ter começado do nada. Não poderia ter começado sem que houvesse algum gênero de reprodução e de hereditariedade. A hereditariedade moderna baseia-se no código de DNA, que é ele mesmo demasiado complicado para ter surgido espontaneamente por um único ato do acaso. Isto parece significar que teve de existir algum sistema hereditário anterior, agora desaparecido, que era suficientemente simples para ter surgido por acaso e pelas leis da química e que forneceu o meio no qual uma forma primitiva de seleção natural cumulativa pôde começar. O DNA foi um produto posterior desta seleção primitiva e cumulativa. Antes deste gênero original de seleção natural, houve um período em que foram construídos compostos químicos complexos a partir de compostos químicos mais simples e antes desse um período em que os elementos químicos foram feitos a partir de elementos mais simples, seguindo leis físicas bem compreendidas. Antes disso, em última instância foi tudo construído de hidrogênio puro no imediato seguimento do big bang que iniciou o universo.
Há a tentação de defender que, embora Deus possa não ser necessário para explicar a evolução da ordem complexa uma vez que o universo, com as suas leis fundamentais da física, tenha começado, precisamos de um Deus para explicar a origem de todas as coisas. Esta ideia não deixa Deus com muito o que fazer: somente iniciar o big bang, e em seguida sentar-se e esperar que tudo aconteça. O físico-químico Peter Atkins, no seu livro maravilhosamente escrito, The Creation (A Criação), postula um Deus preguiçoso que se esforçou por fazer tão pouco quanto possível para iniciar tudo. Atkins explica como cada passo na história do universo seguiu, por simples lei física, o seu predecessor. Reduziu assim a quantidade de trabalho que o criador preguiçoso precisaria fazer e no fim de contas concluiu que de fato não precisaria fazer nada!
Os detalhes da fase inicial do universo pertencem ao reino da física e eu sou biólogo, mais interessado nas últimas fases da evolução em complexidade. Para mim, o ponto importante é que, mesmo se o físico precisa postular um mínimo irredutível que teve de estar presente no começo, para que o universo começasse, esse mínimo irredutível é certamente extremamente simples. Por definição, as explicações construídas sobre premissas simples são mais plausíveis e mais satisfatórias do que as explicações que têm de postular começos complexos e estatisticamente improváveis. E dificilmente poderemos encontrar algo mais complexo do que um Deus Todo-Poderoso!

Richard Dawkins é Professor em Oxford de Compreensão Pública da Ciência. É o autor de O Relojoeiro Cego (no qual este artigo se baseia em parte) e A Escalada do Monte Improvável. Ele é editor sênior do Free Inquiry.

Notas do tradutor:
1 – Shohet: rabino habilitado a abater animais segundo os rituais kasher.
2 - O argumento do desígnio é um dos argumentos mais usados pelos teístas para defender a existência de Deus. De acordo com este argumento, o modo regular, ordenado e complexo como o universo está organizado revelam o desígnio de um ser divino criador do universo.
3 - Carl Zeiss (Weimar, 11 de setembro de 1816 — Jena, 3 de dezembro de 1888) foi um inventor alemão na área da óptica.
4 - Um tee (T) é um suporte utilizado para suportar uma bola parada para que o jogador pode golpeá-lo, especialmente no golfe, tee ball, futebol americano e rugby. Refere-se também a área em que o artefato é colocado.
5 - Hole in one é a jogada na qual o golfista acerta a bola no buraco com apenas uma tacada.
6 - A fortiori é o início de uma expressão latina - a fortiori ratione - que significa "por causa de uma razão mais forte", ou seja, "com muito mais razão". Indica que uma conclusão deverá ser necessariamente aceite, já que ela é logicamente muito mais verdadeira que outra que já o foi anteriormente.

Disponível em: <http://www.secularhumanism.org/library/fi/dawkins_18_3.html> Acesso em 06 janeiro 2012.

Direção Perigosa? Acalme-se.